E houve uma mulher e sua emparedada solidão, e houve um homem que se fez ao mar e distantes terras pra se achar (terá?), e houve uma encantada que criou um ignoto mundo, e houve uma morte tramando a insondável vida das pessoas, e houve um mistério nos CEO’s da literatura, e houve aquele que se perdeu... Que será tudo isto que este corpo de palavras – livro lhe dizemos – leva dentro? / Assim como esse dito senhor, gosto da ideia de literatura que não se confina, não se limita, não se enquadra. Gosto da escrita que faz ligações, que opera relacionações (especialmente se imprevistas, se impensadas). Gosto da ideia da escrita como investigação (em seu sentido mais antigo), como experimentação. Ainda que, e mesmo se (riso) isso leve a pequenas falsificações. Ou falsificções – seria um bom termo?, alguém já terá dado batismo? O que aqui segue são escritas sobre as escritas de outras e outros, são percursos de um leitor por meio de uma escrita. São certas violações (às delimitações, às cercas dos gêneros, a toda e qualquer de-finição). De única responsabilidade de quem as praticou, fique confessado. E tudo é (im)pura ficção, fique jurado. Nascida talvez da inquietação (necessária), do incômodo (precisado) diante do real – que não basta, como tanto já disse. Pois eis: lavrado está meu ato confessional. A quem usurpei (o que seja), nada peço (que autoridade teria?); tão somente confesso que cada referência é, antes de mais, a minha humilde reverência a quem, por ventura e admiração, tenha usurpado em seus espólios de palavras. [Dércio Braúna]
eu talvez desejasse matar poetas [exercícios barrocos]
Ficha técnica
SKU / ISBN: 9786598018450
Título: eu talvez desejasse matar poetas [exercícios barrocos]
Autor: Dércio Braúna
Selo editorial: OIA
Categoria: Contos
Idioma: Português-brasileiro
Páginas: 124
Idade de Leitura: 14
Dimensões: 15.5 x 0.7 x 23 cm
Brindes(s) do kit: 01 card do livro, 01 marca-página
Publicação: 27.07.23
Revisor: Thiago Medeiros e Maya Falks
Editor: Thiago Medeiros
Capista: Carlo Benevides
Diagramador: Carlo Benevides
Direção editorial: OIA editoraMINIBIO
DÉRCIO BRAÚNA — É cearense (de Limoeiro do Norte), bancário e historiador (doutor em história social/UFC, com estudos sobre as relações entre história e literatura). É autor de trezes livros individuais (poesia, conto, estudos e ensaios), entre os quais: Metal sem húmus (poesia/2008), Como um cão que sonha a noite só (conto/2010), Nyumba-Kaya: Mia Couto e a delicada escrevência da nação moçambicana (estudo/2014), Aridez lavrada pela carne disto (poesia/2015), Como cavalos fatigados abrindo um mar (poesia/2017); além de participação em obras coletivas (poéticas e historiográficas). Suas obras mais recentes são os volumes de poesia Esta solidão aberta que trago no punho (2019 / semifinalista no Prêmio Oceanos 2020) e Auto de incineração (2021).
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Eu não saberia concatenar tão bem os contos desse livro. Nunca li algo semelhante.